Aurora por Friedrich Nietzsche - Versão HTML
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NIETZSCHE
AURORA
COLEÇÃO GRANDES OBRAS DO PENSAMENTO UNIVERSAL
1 — Assim Falava Zaratustra — Nietzsche
2 — A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado — Engels
3 — Elogio da Loucura — Erasmo de Rotterdam
4 — A República (parte I) — Platão
5 — A República (parte II) — Platão
6 — As Paixões da Alma — Descartes
7 — A Origem da Desigualdade entre os Homens — Rousseau
8 — A Arte da Guerra — Maquiavel
9 — Utopia — Thomas More
10 — Discurso do Método — Descartes
11— Monarquia — Dante Alighieri
12 — O Príncipe — Maquiavel
13 — O Contrato Social — Rousseau
14 — Banquete — Dante Alighieri
15 — A Religião nos Limites da Simples Razão — Kant
16 — A Política — Aristóteles
17 — Cândido ou o Otimismo — O Ingênuo — Voltaire
18 — Reorganizar a Sociedade — Comte
19 — A Perfeita Mulher Casada — Luis de León
20 — A Genealogia da Moral — Nietzsche
21 — Reflexões sobre a Vaidade dos Homens — Mathias Aires
22 — De Pueris — A Civilidade Pueril — Erasmo de Rotterdam
23 — Caracteres — La Bruyère
24 — Tratado sobre a Tolerância — Voltaire
25 — Investigação sobre o Entendimento Humano — David Hume
26 — A Dignidade do Homem — Pico della Miràndola
27 — Os Sonhos — Quevedo
28 — Crepúsculo dos Ídolos — Nietzsche
29 — Zadig ou o Destino — Voltaire
30 — Discurso sobre o Espírito Positivo — Comte
31 — Além do Bem e do Mal — Nietzsche
32 — A Princesa de Babilônia — Voltaire
33 — A Origem das Espécies (Tomo 1) — Darwin
34 — A Origem das Espécies (Tomo II) — Darwin
35 — A Origem das Espécies (Tomo III) — Darwin
36 — Solilóquios — Santo Agostinho
37 — Livro do Amigo e do Amado — Lúlio
38 — Fábulas — Fedro
39 — A Sujeição das Mulheres — Stuart Mill
40 — O Sobrinho de Rameau — Diderot
41 — O Diabo Coxo — Guevara
42 — Humano, Demasiado Humano — Nietzsche
43 — A Vida Feliz — Sêneca
44 — Ensaio sobre a Liberdade — Stuart Mill
45 — A Gaia Ciência — Nietzsche
46 — Cartas Persas 1 — Montesquieu
47 — Cartas Persas II — Montesquieu
48 — Princípios do Conhecimento Humano — Berkeley
49 — O Ateu e o Sábio — Voltaire
50 — Livro das Bestas — Lúlio
51 — A Hora de Todos — Quevedo
52 — O Anticristo — Nietzsche
53 — A Tranqüilidade da Alma — Sêneca
54 — Paradoxo sobre o Comediante — Diderot
55 — O Conde Lucanor — Juan Manuel
56 — O Governo Representativo — Stuart Mill
57 — Ecce Homo — Nietzsche
58 — Cartas Filosóficas — Voltaire
59 — Carta sobre os Cegos Endereçada àqueles que Enxergam — Diderot
60 — A Amizade — Cícero
61 — Do Espírito Geométrico — Pensamentos — Pascal
62 — Crítica da Razão Prática — Kant
63 — A Velhice Saudável — Cícero
64 — Dos Três Elementos — López Medel
65 — Tratado da Reforma do Entendimeno — Spinoza
66 — Aurora — Nietzsche
67 — Belfagor, o Arquidiabo — A Mandrágora — Maquiavel
FRIEDRICH NIETZSCHE
AUROR
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TEXTO INTEGRAL
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ANTONIO CARLOS BRAGA
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NIETZSCHE
AURORA
TÍTULO ORIGINAL ALEMÃO
MORGENRÖTHE
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DIAGRAMAÇÃO: CIBELE LOTITO LIMA
REVISÃO: DENISE SILVA ROCHA COSTA E
MARIA NAZARÉ DE SOUZA LIMA BARACHO
CAPA: CIBELE LOTITO LIMA
COLABORADOR: LUCIANO OLIVEIRA DIAS
COORDENAÇÃO EDITORIAL: CIRO MIORANZA
CONTRA CAPA
Aurora, o despertar de uma nova moralidade. Emancipação da
razão diante da moral. Uma vez que a moralidade não é outra
coisa que a obediência aos costumes, de qualquer natureza que
estes sejam, Aurora quer romper essa maneira tradicional de agir
e de avaliar. Portanto, à medida que o sentido da causalidade
aumenta, diminui a extensão do domínio da moralidade. De fato, a
compreensão das ligações efetivas da causalidade destrói
considerável número de causalidades imaginárias que foram
sendo julgadas no decurso dos tempos como fundamentos da
moral. O poder liberador da razão tem em si a capacidade de
desmitificar significados sociais instituídos pela tradição; o
indivíduo, em sua atividade racional, se descobre como criador de
novos valores. O indivíduo é capaz, portanto, de romper o elo
histórico que une tradição e moralidade, opondo-lhe o binômio
razão e afirmação de si. Com essas principais referências, em
Aurora, Nietzsche discute a história dos costumes e da
moralidade, a história do pensamento e do conhecimento, além de
ressaltar os preconceitos cristãos que vararam a história da
humanidade. A seguir, se concentra em analisar a natureza e a
história dos sentimentos morais, dos preconceitos filosóficos e dos
preconceitos da moral altruísta. Continua depois estabelecendo o
contraponto entre cultura e culturas ou civilização e civilizações,
para ressaltar a intervenção do. Estado, da política e dos povos na
história. Finalmente, parece divertir-se ao apresentar coisas
essencialmente humanas e corriqueiras e pintar o universo do
pensador. Como a aurora anuncia um novo dia, Aurora, para
Nietzsche, é também um novo despertar para uma verdadeira vida
— do homem e da humanidade inteira.
ÍND
N IC
I E
APRESENTAÇÃO —......................................................................— 8
VIDA E OBRAS DO AUTOR —........................................................— 11
PREFÁCIO —............................................................................— 14
LIVRO PRIMEIRO —..............................................................— 22
LIVRO SEGUNDO —..............................................................— 95
LIVRO TERCEIRO —...........................................................— 149
LIVRO QUARTO —..............................................................— 202
LIVRO QUINTO —...............................................................— 272
APRESENTAÇÃO
Aurora significa o despertar de uma nova moralidade. É a
emancipação da razão diante da moral. Uma vez que a moralidade
não é outra coisa que a obediência aos costumes, de qualquer
natureza que estes sejam, Aurora quer romper essa maneira
tradicional de agir e de avaliar. Portanto, à medida que o sentido
da causalidade aumenta, diminui a extensão do domínio da
moralidade. De fato, a compreensão das ligações efetivas da
causalidade destrói considerável número de causalidades
imaginárias que foram sendo julgadas no decurso dos tempos
como fundamentos da moral. O poder liberador da razão tem em
si a capacidade de desmitificar significados sociais instituídos pela
tradição; o indivíduo, em sua atividade racional, se descobre como
criador de novos valores. O indivíduo é capaz, portanto, de romper
o elo histórico que une tradição e moralidade, opondo-lhe o
binômio razão e afirmação de si. O mundo da tradição é
essencialmente aquele em que os valores da autoridade são
indiscutíveis. Para reverter essa situação, para conferir à
humanidade um renovado status de independência e liberdade,
nada mais decisivo que a loucura. Com efeito, num mundo
submisso à tradição, idéias novas e divergentes, apreciações e
juízos de valor contrário só puderam surgir e se enraizar
apresentando-se sob a figura da loucura. “Quase em toda parte, é
a loucura que aplaina o caminho da idéia nova, que condena a
imposição de um costume, de uma superstição venerada”, como
diz o próprio Nietzsche.
Dentro dessa perspectiva, Aurora se configura realmente
como um novo dealbar, como novos albores na história da
individualidade num contexto social. Um novo ser se desenha.
Uma nova forma de pensar, de agir e de se comportar. Um novo
ideal de si diante do outro, um novo ideal de cada um diante da
sociedade. Um novo tempo. Uma nova vida. É tudo o que o homem
quer. Ser e ser ele próprio. Assumir o passado enquanto possa
representar uma riqueza para o presente e uma projeção para um
futuro livre, independente e dessacralizado das imposições,
preconceitos e superstições do passado calcado na moralidade dos
costumes. Isso significa também desmitificar a história, libertá-la
de seu romantismo, de suas ilusões, de suas crenças e de sua
submissão aos ideais impostos pela fé cega e pela religião. Isso
significa ainda entrar em outro campo da ética e da estética, ter
outra visão do mundo e de suas antigas “conquistas”, como que
mergulhar em nova perspectiva do possível real, do racional,
derrotando o irracional, o irrazoável, tudo o que foi imposto pela
ditadura
do
pensamento
ultrapassado,
da
ideologia
preconceituosa, da religião impostora, nova perspectiva que
deveria levar a repensar a finitude humana fora de todo enfoque
teológico e, por conseguinte, levar a libertar toda moralidade
daquilo que ela representa, ou seja, o ônus dos costumes, de uma
tradição milenar, de uma religião sufocante.
Com essas principais referências, em Aurora, Nietzsche
discute a história dos costumes e da moralidade, a história do
pensamento e do conhecimento, além de ressaltar os preconceitos
cristãos que vararam a história da humanidade. A seguir, se
concentra em analisar a natureza e a história dos sentimentos
morais, dos preconceitos filosóficos e dos preconceitos da moral
altruísta. Continua depois estabelecendo o contraponto entre
cultura e culturas ou civilização e civilizações, para ressaltar a
intervenção do Estado, da política e dos povos na história.
Finalmente,
parece
divertir-se
ao
apresentar
coisas
essencialmente humanas e corriqueiras e pintar o universo do
pensador. Como a aurora anuncia um novo dia, Aurora, para
Nietzsche, é também um novo despertar para uma verdadeira vida
— do homem e da humanidade inteira.
Ciro Mioranza
VIDA E OBRAS DO AUTOR
Friedrich Wilhelm Nietzsche nasceu em Röcken, Alemanha,
no dia 15 de outubro de 1844. Órfão de pai aos 5 anos de idade,
foi instruído pela mãe nos rígidos princípios da religião cristã.
Cursou teologia e filologia clássica na Universidade de Bonn.
Lecionou Filologia na Universidade de Basiléia, na Suíça, de 1868
a 1879, ano em que deixou a cátedra por doença. Passou a
receber, a título de pensão, 3.000 francos suíços que lhe
permitiam viajar e financiar a publicação de seus livros.
Empreendeu muitas viagens pela Costa Azul francesa e pela Itália,
desfrutando de seu tempo para escrever e conviver com amigos e
intelectuais. Não conseguindo levar a termo uma grande
aspiração, a de casar-se com Lou Andreas Salomé, por causa da
sífilis contraída em 1866, entregou-se à solidão e ao sofrimento,
isolando-se em sua casa, na companhia de sua mãe e de sua
irmã. Atingido por crises de loucura em 1889, passou os últimos
anos de sua vida recluso, vindo a falecer no dia 25 de agosto de
1900, em Weimar. Nietzsche era dotado de um espírito irrequieto,
perquiridor, próprio de um grande pensador. De índole romântica,
poeta por natureza, levado pela imaginação, Nietzsche era o tipo
de homem que vivia recurvado sobre si mesmo. Emotivo e
fascinado por tudo o que resplende vida, era ao mesmo tempo
sedento por liberdade espiritual e intelectual; levado pelo instinto
ao mundo irreal, ao mesmo tempo era apegado ao mundo concreto
e real; religioso por natureza e por formação, era ao mesmo tempo
um demolidor de religiões; entusiasta defensor da beleza da vida,
era também crítico feroz de toda fraqueza humana; conhecedor de
si mesmo, era seu próprio algoz; seu espírito era campo aberto em
que irromperam as mais variadas tendências, sob a influência de
sua agitada consciência.
Espírito irrequieto e insatisfeito, consciência eruptiva e
crítica, vivia uma vida de lutas contra si mesmo, de choques com
a humanidade, de paradoxos sem limite. Assim era Nietzsche.
PRINCIPAIS OBRAS
A gaia ciência (1882)
A genealogia da moral (1887)
Além do bem e do mal (1886)
A origem da tragédia (1872)
Assim falava Zaratustra (1883)
Aurora (1881)
Ecce Homo (1888)
Humano, demasiado humano (1878)
O anticristo (1888)
O caso Wagner (1888)
Crepúsculo dos ídolos (1888)
Opiniões e sentenças misturadas (1879)
O viajante e sua sombra (1879)
Vontade de potência (1901)
AURORA
REFLEXÕES SOBRE OS PRECONCEITOS MORAIS
PREFÁCIO