Eficácia na remoção da necrose óssea térmica: realizada por implantes osseointegráveis com câmaras coletoras por Bruno Aiello Barbosa - Versão HTML
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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE BAURU
BRUNO AIELLO BARBOSA
Eficácia na remoção da necrose óssea térmica:
realizada por implantes osseointegráveis com câmaras coletoras
BAURU
2013
BRUNO AIELLO BARBOSA
Eficácia na remoção da necrose óssea térmica:
realizada por implantes osseointegráveis com câmaras coletoras
Tese apresentada a Faculdade de Odontologia de
Bauru da Universidade de São Paulo para
obtenção do título de Doutor em Ciências no
Programa de Ciências Odontológicas Aplicadas,
na área de concentração Patologia Bucal.
Orientador: Prof. Dr. Luis Antonio de Assis Taveira
BAURU
2013
Barbosa, Bruno Aiello
B234e
Eficácia na remoção da necrose óssea térmica:
realizada por implantes osseointegráveis com câmaras
coletoras / Bruno Aiello B arbosa. -- Bauru, 2013.
120 p.: il; 30cm.
Tese (Doutorado) -- Faculdade de Odontologia de
Bauru.
Orientador: Prof. Dr.
Luis Antonio de Assis Taveira
Autorizo exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, a
reprodução total ou parcial desta tese, por processos
fotocopiadores e outros meios e
letrônicos.
Assinatura:
Data:
BRUNO AIELLO BARBOSA
Nascimento
06/10/1982
Bebedouro/SP
Filiação
Elisabete Maria Aiello Barbosa
Alexandre S. Barbosa Neto
2001 - 2005
Graduação em Odontologia pela Universidade Sagrado
Coração de Bauru – SP
2006 - 2007
Curso de Aperfeiçoamento em Implantologia pela
Universidade Sagrado Coração de Bauru – SP
2007 - 2009
Mestre em Odontologia, área de concentração em
Patologia Bucal. Faculdade Odontologia de Bauru da
Universidade de São Paulo. FOB – USP
2009 - 2013
Doutor em Odontologia, área de concentração em
Patologia Bucal. Faculdade Odontologia de Bauru da
Universidade de São Paulo. FOB – USP
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus pais,
Alexandre e Elisabete
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS
A Deus,
por minha vida e pelas oportunidades, as quais com coragem e
empenho tenho conseguindo atingir meus objetivos. Fazendo-se presente em meus
momentos de aflição.
Aos meus pais Alexandre e Elisabete,
pela oportunidade que me deram de viver. Pelo Amor incondicional,
Confiança e Apoio nas horas que precisei. Pelos Carinhos e Sorrisos em todos os
momentos, fáceis ou difíceis. Obrigado por serem meus Amados pais. Tenho muito
orgulho de vocês!
À minha madrinha Cristina,
pela atenção de segunda mãe, sempre preocupada com o meu bem
estar, sucesso pessoal e profissional. Juntamente com seu marido Valdomiro, uma
pessoa excepcionalmente inteligente e carismática. Obrigado por estarem presentes
em minha vida.
Aos meus irmãos Alexandre, Andréa e Eduardo,
pelo Amor e por tudo que vivemos juntos. Apesar de nossas diferenças
de idade e distância, o carinho quando nos encontramos é imenso. Orgulho-me
muito de todos vocês e sinto muita saudade! Obrigado por terem nos dado o
Matheus, o Gabriel e a Maria Eduarda, meus queridos sobrinhos.
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. Luis Antônio de Assis Taveira, pela competência e eficiência
com que conduziu a orientação deste trabalho. Pelos momentos de confiança,
amizade e descontração, tornando o departamento mais alegre.
Ao Prof. Dr. Carlos Eduardo Francischone, pelo exemplo profissional e
pessoal. Sempre muito íntegro, correto, honesto e prudente. Qualidades admiráveis
em um pai, professor e excelente avô do Lucca. Agradeço pelas opiniões valiosas
durante a minha qualificação e por todo apoio para a realização deste trabalho. A
você, toda admiração e respeito.
Aos professores da Disciplina de Patologia Bucal da Faculdade de
Odontologia de Bauru, Profa. Dra. Vanessa Soares Lara e Profa. Dra. Denise
Tostes Oliveira, pela transmissão de conhecimentos durante os cursos de
graduação e pós-graduação.
À Família Francischone, que abriram as portas de sua casa e confiam
muito em mim. Ado, Ana, Aninha, Carlinhos, Fabrício, Priscila e Leda, obrigado por serem um exemplo de família e amizade. Estes princípios para mim são muito
importantes!
Aos amigos-irmãos “bastardos” Carlos Eduardo Francischone Jr. e Ana
Carolina Francischone, pela Amizade, pelos anos de aprendizado e trabalho que
realizamos juntos. Obrigado pela confiança, conselhos e apoio. Para mim, nossa
amizade é algo muito valioso, tanto que nos chamamos de irmãos!
Ao meu eterno amigo Netto, pela pura Amizade que nos torna melhores, mais
fortes e sempre lutando pelo mesmo objetivo. Obrigado pelos conselhos, pelo exemplo
de vida e dedicação que é para mim. Abriu as portas da sua casa em São Paulo e a
quantidade de coisas que aprendi neste período serão inesquecíveis. Você é um
exemplo em muitas qualidades que admiro em pessoas com Princípios, tanto que
todos nossos amigos dizem que você tem um coração grande. E eles estão certos!
Aos meus amigos de Araraquara, Camile, Fábio, Filipe, Marcela, Natália,
Rafael e Raquel, pela eterna amizade. Acredito que Deus nos deixa escolher alguns
irmãos e irmãs. Apesar da distância provocada por novos desafios da vida, nunca
me esqueço do que passamos juntos. Obrigado pelos conselhos, pelas risadas e
pela fidelidade. E que a Maria Eduarda, nossa primeira sobrinha postiça, venha nos
proporcionar novos encontros.
Aos meus amigos que moram em São Paulo, Bruno, Jamil, Marcelo,
Raoni, Oghan, Henrique, Letícia, Isa, Gabi, Camila, Janinha, Jana, Maíra,
Rafael, Cristina, Dona Ana por serem minha companhia de momentos tão felizes,
pelas lembranças que nunca poderei esquecer. Vocês serão sempre bem vindos em
minha casa!
Aos meus amigos que moram em Bauru, Luciano, Heloísa, Octávio,
Ulisses, Márcio e Isa pela companhia e por ser minha família aqui em Bauru. Todos
possuem um espaço especial em minha vida. Contem comigo para tudo! Obrigado
pelas risadas, viagens, café da manhã, almoço e jantar.
Aos amigos Renato Savi e Ana Paula Rabello pela amizade de muitos
anos e por sempre me receberem de portas abertas em sua casa. Sempre me
ensinam, pelo exemplo, de como a vida pode ser simples e muito feliz. Parabéns
pela família que formaram e com certeza são um belo exemplo para a Ana Luiza e
para o irmãozinho ou irmãzinha que vem vindo.
Ao meu grande amigo Luís Fernando Bichuette pela amizade verdadeira e
por contribuir imensamente com minha carreira. Sempre muito dedicado aos amigos
e à família. Um exemplo!
Aos colegas de trabalho da Clínica Odontológica Dr. Francischone.
Eliani, Néia, José Roberto, Juliana, Claudinéia, Pamela, Regiane, Adriane e Caie. Com certeza o sucesso do nosso trabalho depende de vocês.
Às colegas de trabalho da Clínica A1. Fernanda e Renata, Tatiana e
Mariana. Os sorrisos que proporcionamos às pessoas são fruto do árduo trabalho
em grupo. Obrigado pelo carinho.
Às funcionárias da Patologia, pela manutenção da organização; Cristina
pela solicitude, amizade, risadas e abraços gostosos. Agora que se tornou avó, ficou
ainda mais especial. Fatiminha, amiga e companheira de laboratório que me apoiou
em uma fase complexa de meu trabalho, além de ser uma mulher magnífica e um
exemplo de vida. Obrigado por nossos momentos de convívio!
Ao funcionário da Microbiologia, André Luis da Silva pela atenção,
dedicação, comprometimento e disponibilidade durante a confecção de soluções e
lâminas microscópicas para o meu trabalho. Obrigado pela educação e pela
responsabilidade.
Ao Prof. Dr. Vinicius Carvalho Porto, por permitir a utilização dos
equipamentos do Centro Integrado de Pesquisa (CIP).
Ao Prof. Dr. José Roberto Pereira Lauris, pela colaboração na realização
e interpretação das análises estatísticas.
À Ana Amélia da Papel e Arte que colaborou na organização deste trabalho.
Organização, dedicação e responsabilidade profissional que nunca vi igual.
Obrigado por ser tão presente no final da tese.
Muito Obrigado!
AGRADECIMENTOS INSTITUCIONAIS
À Faculdade de Odontologia de Bauru – USP na pessoa do excelentíssimo
Diretor, Prof. Dr. José Carlos Pereira.
À comissão de pós-graduação da Faculdade de Odontologia de Bauru, na
pessoa do Presidente, Prof. Dr. Paulo César Rodrigues Conti.
Ao curso de pós-graduação em Patologia Bucal da Faculdade de
Odontologia de Bauru-USP, na pessoa da Coordenadora, Profa. Dra. Denise
Tostes Oliveira.
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(CAPES), pela concessão de minha bolsa de mestrado.
Ao Programa de Apoio à Pós-graduação (PROAP), pelo incentivo
financeiro.
No Outono…
“No Outono, quando os frutos abandonam as árvores que lhes fizeram
nascer, e jogam-se ao chão...
No Outono, quando as folhas verdes perdem o seu viço e param de
alimentar, com seu metabolismo de néctar etéreo das radiações solares, a planta, e
a abandonam...
No Outono, quando os pássaros migram para novas paragens, colocando o
silêncio e a tristeza em torno das árvores que lhes acolheram durante as boas
estações, somente para lhes ouvir o canto alegre e festivo, e sem mais nada pedir...
No Outono, quando a própria terra, que se beneficiou de sua sombra
refrescante, torna-se seca e árida, negando alimentação...
No Outono, quando todos aqueles que a admiram e aproveitam sua beleza
também a abandonam, a árvore mantém-se viva e serena. Não desanima e
aguarda. Conhece a sua missão e não se desespera. Não odeia e nem se vinga.
Sabe que à humilhação sobreviverá a exaltação, e, por isso, aguarda com soberba
Coragem o Inverno que haverá de cobri-la com nuvens cinzentas e lamacentas de
humilhação, numa tentativa final de destruí-la.
Mas, na sua seiva corre o Espírito do Eterno, e ela disso bem sabe, têm
consciência. E, numa atitude passiva e resignada, entende a efemeridade dos
tempos.
Então, passados estes, vê nascer em seu mais distante ramo um broto,
como que lhe anunciando as recompensas por tamanha Coragem. É a Primavera
que surge.
E, novamente, a terra volta a lhe dar alimento, as folhas retornam com seu
verde de Esperança, os pássaros em seus galhos voltam a fazer morada, as flores e
os frutos a lhe enfeitar e, finalmente as pessoas a lhe admirar. É a glória, conquanto
que passageira, mas por demais nobre para ser desprezada.
Nas estações de Outono, saiba imitar a árvore.”
Dr. Celso Charuri
8 de abril de 1981
Texto do livro “Como vai a sua mente?” – Celso Charuri
Associação Pró-Vida, 2003; p.75.
RESUMO
Durante a confecção do alvéolo, promove-se o aumento da temperatura da
broca devido à fricção, aquecendo o tecido ósseo adjacente e seus componentes
celulares, podendo provocar a Necrose Óssea Térmica. A necrose óssea térmica
deteriora a porção orgânica do tecido ósseo (tanto matriz óssea como as células),
bem como as células diferenciadas e indiferenciadas presentes na circulação
sanguínea e medula óssea local. Alguns trabalhos demonstraram que o
aquecimento ósseo acima de 47ºC por 1 minuto provoca tal fenômeno. Atualmente
existem variações na técnica de perfuração com objetivo de diminuir o grau de
aquecimento e aumentar as taxas de sucesso dos tratamentos reabilitadores.
Sabemos que nem todos os profissionais são cautelosos em utilizar materiais de
qualidade e que mesmo os materiais com qualidade, após repetido uso, perdem a
eficácia. Seria ideal que o implante osseointegrável “gerenciasse” a remoção destas
áreas de necrose óssea térmica, independentemente da execução correta da
técnica de perfuração e da qualidade das brocas. Com isso, garantiríamos que o
tecido ósseo poderia se reparar ao redor dos implantes da melhor maneira possível.
Neste trabalho avaliamos a eficácia de 3 modelos de implante com câmaras
coletoras funcionais diferentes, em tecido ósseo de minipig. O implante com câmara
coletora interna demonstrou-se 37,22% mais eficaz que o implante com câmaras
externas e 3 arestas cortantes, quando os alvéolos eram confeccionados sem
irrigação e com brocas desgastadas. O implante com câmaras coletoras externas e
4 arestas também demonstrou-se eficaz, porém manteve 83,75% das células viáveis
enquanto que no grupo com câmaras internas este resultado foi de 91,39%.
Palavras-chave: Implante dentário osseointegrado. Osseointegração. Osteonecrose.
Implante de titânio. Regeneração Óssea. Irrigação externa.
ABSTRACT
Removal effectiveness of thermal osteonecrosis: performed by
osseointegrated implants with collecting chambers
The manufacture of the alveolus can increase the temperature of the drill due
to friction heating the adjacent bone tissue and its cellular components, this
phenomenon is known by thermal osteonecrosis. The thermal osteonecrosis
deteriorates the organic portion of bone (bone matrix and cells), as well as
undifferentiated and differentiated cells circulating in the blood and bone marrow.
Some studies have demonstrated that bone heating above 47°C for 1 minute causes
this phenomenon. Currently there are variations in drilling technique aiming to reduce
the heating degree and increase the success rates of rehabilitation treatments. We
know that not all professionals are cautious of using quality materials and even the
materials with quality after repeated use, lose their effectiveness. Would be ideal that
implants manages and removes these areas with thermal osteonecrosis, regardless
of the technique of implementing the drilling and the quality of drills. With this, we
ensure that bone tissue could possibly repair around implants in the best way. In this
study we evaluated the efficacy of 3 implant models with different functional
collecting chambers in minipig’s bone tissue. The implant with internal collection
chamber proved to be 37.22% more effective than the implant with external
chambers and three sharp edges, when the alveolus were manufactured without
irrigation and uncut drills. The implant with external collecting chambers and four
sharp edges also showed an effective but 83.75% of the cells remained viable while
in the group with internal chambers this result was 91.39%.
Keywords: Osseointegrated dental implants. Osseointegration. Osteonecrosis.
Titanium implants. Bone regeneration. External irrigation.
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1 -
Tecido ósseo de rato. Demonstra-se a interligação entre os
osteócitos, nas quais o sistema lacunocanalicular (SLC)
conduz a mecano-transmissão das informações biológicas
entre as células ..........................................................................
33
Figura 2.2 -
Imagem à esquerda mostra o tecido ósseo justaposto à
superfície do implante (microscopia eletrônica). À direita
observa-se, por microscopia óptica, células aderidas à
superfície do implante. Nota-se íntima ligação entre a matriz
óssea e os óxidos superficiais de titânio .................................... 37
Figura 2.3 -
Broca utilizada em cirurgias para implantes. Esquema para
identificar as regiões que compõem o design da broca ............. 45
Figura 2.4 -
Desenho demonstrando as variações nos ângulos de torção e
na quantidade de espiras em diferentes designs de brocas ...... 46
Figura 4.1 -
Implante cilíndrico com terço apical cônico contendo câmara
coletora funcional interna (P-I Brånemark Philosophy, Bauru –
Brasil). Imagens cedidas pelo fabricante ................................... 61
Figura 4.2 -
Implante cilíndrico com câmaras coletoras externas e ápice
cortante em 4 arestas ................................................................ 62
Figura 4.3 -
Implante cilíndrico com câmaras coletoras externas e ápice
cortante em 3 arestas ................................................................ 63
Figura 4.4 -
A: Punção de anestésico local subcutâneo cloridrato de
mepivacaína 2% e epinefrina 1:100.000 (Mepiadre - DFL,
Brasil); B: Incisão cutânea com lâmina 15 ................................. 64
Figura 4.5 -
Divulsão dos tecidos subcutâneos, musculares e incisão do
periósteo para acesso ao tecido ósseo ...................................... 64
Figura 4.6 -
Protocolo de brocas para confecção dos alvéolos para
instalação dos 3 tipos de implante deste estudo. A velocidade
das brocas esférica e cilíndrica de 2,0mm foi de 1.500rpm.
Para as brocas piloto e cilíndrica de 3,0mm foi de 1.000rpm.
Já para a instalação dos implantes utilizou-se 20rpm ................ 65
Figura 4.7 -
Início das perfurações com a broca esférica a 1.500rpm .......... 66
Figura 4.8 -
Em sequência a broca esférica, inicia-se a perfuração com
broca cilíndrica de 2,0 milímetros de diâmetro (A),
aprofundando-se até a marcação de 13 milímetros (B).
1.500rpm .................................................................................... 67
Figura 4.9 -
Perfuração com a broca piloto, confeccionando-se o guia de
transição da broca de 2,0mm para a broca de 3,0mm de
diâmetro. 1.000rpm .................................................................... 67
Figura 4.10 - Finalização das perfurações com a broca de 3,0mm de
diâmetro (A), aprofundando-se até 13mm (B). 1.000rpm .......... 68
Figura 4.11 - Instalação do implante contendo a câmara coletora funcional
interna (P-I Brånemark Philosophy) com auxílio do motor até o
limite de 50N/cm. 20rpm ............................................................ 68
Figura 4.12 - Atingindo-se o limite de 50N/cm do motor, termina-se a
instalação com auxílio de uma catraca manual (A) até que a
plataforma do implante fique no nível ósseo (B) ........................ 69
Figura 4.13 - Após a instalação do 1º implante, inicia-se a mesma
sequência de perfuração do alvéolo com 1cm de distância
lateralmente aos outros alvéolos (A). Após confecção
completa do alvéolo, instala-se o implante com câmaras
coletoras externas e 4 arestas cortantes na região apical (B) .
69
Figura 4.14 - A instalação do 2º implante foi realizada da mesma maneira
do 1º implante, finalizando-se a inserção até que a plataforma
alcançasse o nível ósseo ........................................................... 70
Figura 4.15 - Após a instalação do 1º e 2º implante, inicia-se a mesma
sequência de perfuração do alvéolo no mínimo 1cm de
distância lateralmente ao último alvéolo (A). Após confecção
completa do alvéolo, instala-se o implante com câmaras
coletoras externas e 3 arestas cortantes na região apical (B).
Todos os implantes foram instalados a nível ósseo................... 70
Figura 4.16 - Imediatamente após a remoção dos implantes dos alvéolos (A
e B), demonstrando-se a eficácia das câmaras coletoras
funcionais internas e externas. O material que ficou
aprisionado na região apical foi analisado por microscopia
óptica para observar-se a qualidade óssea removida ................ 71
Figura 4.17 - Alvéolos imediatamente após a remoção dos implantes de cada
grupo ..............................................................................................
72
Figura 4.18 - Utilização da broca trefina de 8mm de diâmetro sob irrigação
constante para posterior processamento histotécnico e
confecção das lâminas histológicas ........................................... 72
Figura 4.19 - Esquema do cilindro removido com auxílio da broca trefina.
Observa-se ao centro a perfuração realizada pelas brocas do
kit para implantes osseointegráveis. A linha tracejada em
vermelho representa o corte do bloco ao meio após a
desmineralização ....................................................................... 74
Figura 4.20 - Demonstração da seleção dos 10 campos para contagem das
células, sendo 4 campos no início da perfuração (lado
esquerdo) e 4 campos imediatamente após o término da
medula óssea. A porção do tecido ósseo selecionada
corresponde à parte interna, onde ocorreram as perfurações
pelas brocas. (HE. 4X) ............................................................... 77
Figura 4.21 - Campo com requisito para ser excluído e substituído durante a
contagem. Neste caso verifica-se a presença de grandes
vasos sanguíneos (setas). (HE. 20X) ........................................ 78
Figura 4.22 - Campo com requisitos para ser excluído e substituído durante
a contagem. Neste caso verifica-se a presença de rasgo no
corte. (•) e ausência de estrutura do bloco (seta). (HE. 20X) ..... 78
Figura 4.23 - Lacunas contendo osteócitos normais.
Observa-se a
proporção entre lacuna e osteócito, como aspecto de
normalidade. (HE. 100X) ........................................................... 80
Figura 4.24 - Osteócitos com núcleo picnótico. Observa-se a proporção
entre lacuna e osteócito com aspecto reduzido, e polarização
celular. (HE. 100X) ..................................................................... 80
Figura 4.25 - Lacunas sem osteócito. Verifica-se a ausência do osteócito no
interior das lacunas. (HE. 40X) .................................................. 80
Figura 4.26 - Sala com os equipamentos para aquisição e análise de
imagens. Departamento de Anatomia da Faculdade de
Odontologia de Bauru – FOB/USP ............................................ 81
Figura 5.1 -
Grupo 1: Após a remoção da camada superficial do tecido
ósseo pelas câmaras coletoras funcionais internas verifica-se
o predomínio de osteócitos normais e neste caso quase sem
lacunas vazias, demonstrando a viabilidade do tecido ósseo.
(HE. 40X) ................................................................................... 87
Figura 5.2 -
Grupo 3: Após a remoção da camada superficial do tecido
ósseo pelas 3 arestas das câmaras coletoras externas verifica-
se o predomínio de áreas compatíveis com necrose óssea
térmica. Observa-se nas duas imagens alteração da coloração
do tecido devido à queima friccional da região e grande
quantidade de lacunas vazias. (HE. 40X) .................................. 90
Figura 5.3 -
Nota-se perda de fluídos e condensação das células,
principalmente das hemácias. Além da alteração vascular,
onde as células endoteliais encontram-se distanciadas pela
perda de líquido e proteínas após o aquecimento. (HE. 100X) . 91
Figura 5.4 -
A: Nota-se que a perfuração com irrigação externa e broca
nova permite a manutenção viável do tecido ósseo, com
células normais e sem padrão de necrose óssea térmica. (HE.
40X); B: Fresagem realizada com broca desgastada e sem
irrigação. O tecido ósseo assume perfil de inviabilidade,
praticamente sem osteócitos apenas com lacunas vazias, e
com padrão de necrose óssea térmica confirmada pelas
características presentes nos vasos sanguíneos e na medula
óssea. (HE. 40X) ........................................................................ 92
Figura 5.5 -
Broca nova. A: Notamos uma imagem lateral que evidencia
as arestas cortantes, sem nenhum desgaste (35X); B:
Imagem mais aproximada demonstrando detalhes do preparo
da broca onde verificamos pequenos fragmentos de limalha
metálica e arestas levemente arredondadas (200X); C: Nesta
imagem apical podemos visualizar que a broca possui 3
estrias com termino em ângulo apical agudo, além da
qualidade na usinagem do metal de confecção da broca (35X
ampliada) ................................................................................... 93
Figura 5.6 -
Broca após 20 perfurações. A: Notamos uma imagem lateral
com as arestas arredondadas característico de brocas
desgastadas (35X); B-C: Imagem da região apical, evidencia-
se o desgaste do metal da broca com arredondamento dos
ângulos das estrias e irregularidade da superfície de corte
(200X e 35X) .............................................................................. 94
Figura 5.7 -
Ápice com fragmentos removidos dos alvéolos. Estes
fragmentos foram removidos e analisados por microscopia
óptica ......................................................................................... 96
Figura 5.8 -
Fragmentos ósseos removidos dos ápices dos implantes nos
grupos com fresagem dos alvéolos sem irrigação com brocas
desgastadas. Nota-se na região central espícula óssea com
lacunas vazias, sem padrões de viabilidade tecidual. Ao redor,
evidenciam-se fragmentos compatíveis com necrose óssea
térmica ....................................................................................... 96
Figura 6.1 -
Bone Manager®: Este dispositivo idealizado e desenvolvido
por nossa equipe, ainda está em testes laboratoriais. Capaz
de remover, preparar e gerenciar a primeira camada óssea do
alvéolo que receberá o implante. Tem a finalidade de limpar e
adaptar o alvéolo a qualquer tipo de implante e marca
comercial ................................................................................... 105
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 5.1 - Grupo 1: Implantes com câmara coletora funcional interna.
Porcentagens de osteócitos normais, osteócitos com núcleo
picnótico e lacunas sem osteócitos levando em consideração
o desgaste nas brocas, a presença e ausência da irrigação
externa ....................................................................................... 86
Gráfico 5.2 - Grupo 2: Implantes com câmaras coletoras externas e ápice
cortante em 4 arestas. Porcentagens de osteócitos normais,
osteócitos com núcleo picnótico e lacunas sem osteócitos
levando em consideração o desgaste nas brocas, a presença
e ausência da irrigação externa ................................................. 88
Gráfico 5.3 - Grupo 3: Implantes com câmaras coletoras externas e ápice
cortante em 3 arestas. Porcentagens de osteócitos normais,
osteócitos com núcleo picnótico e lacunas sem osteócitos
levando em consideração o desgaste nas brocas, a presença
e ausência da irrigação externa ................................................. 89
Gráfico 5.4 - Grupo 4: Grupo controle. Porcentagens de osteócitos normais,
osteócitos com núcleo picnótico e lacunas sem osteócitos levando
em consideração o desgaste nas brocas, a presença e
ausência da irrigação externa .................................................... 92
LISTA DE QUADROS
Quadro 2.1 - Relação dos principais parâmetros observados no aumento da
temperatura durante a confecção de um alvéolo cirúrgico ........ 44
Quadro 4.1 - Medidas e dimensões das principais estruturas do implante
cilíndrico com terço apical cônico contendo câmara coletora
funcional interna (P-I Brånemark Philosophy, Bauru – Brasil).
Informações fornecidas pelo fabricante ..................................... 62
LISTA DE TABELAS
Tabela 5.1 -
Resultados em porcentagens de células encontradas no
Grupo 1, no qual foram utilizados implantes com câmaras
coletoras funcionais internas ..................................................... 85
Tabela 5.2 -
Resultados em porcentagens de células encontradas no
Grupo 2, no qual foram utilizados implantes com câmaras
coletoras externas e ápice cortante em 4 arestas...................... 87
Tabela 5.3 -
Resultados em porcentagens de células encontradas no
Grupo 3, no qual foram utilizados implantes com câmaras
coletoras externas e ápice cortante em 3 arestas...................... 89
Tabela 5.4 -
Resultados em porcentagens de células encontradas no
Grupo 4, no qual apenas realizaram-se as perfurações para
controle ...................................................................................... 91
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO ............................................................................................. 25
2
REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................ 29
2.1
O TECIDO ÓSSEO ....................................................................................... 31
2.2
O REPARO ÓSSEO E A OSSEOINTEGRAÇÃO ......................................... 35
2.3
A NECROSE ÓSSEA TÉRMICA .................................................................. 39
3
PROPOSIÇÃO ............................................................................................. 53
4
MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................. 57
4.1
MODELO ANIMAL ........................................................................................ 59
4.2
OS IMPLANTES ........................................................................................... 61
4.3
AMOSTRA .................................................................................................... 63
4.4
PROTOCOLO DE PERFURAÇÃO ............................................................... 65
4.5
PROCEDIMENTOS
HISTOTÉCNICOS
PARA
PREPARO
DAS
LÂMINAS HISTOLÓGICAS .......................................................................... 72
4.6
CONTAGEM DAS CÉLULAS ....................................................................... 76
4.7
ANÁLISE ESTATÍSTICA .............................................................................. 81
4.8
AQUISIÇÃO DAS FOTOMICROGRAFIAS ................................................... 81
5
RESULTADOS ............................................................................................. 83
5.1
IMPLANTES COM CÂMARA COLETORA INTERNA (GRUPO 1) ............... 85
5.2
IMPLANTES COM CÂMARAS COLETORAS EXTERNAS EM 4
ARESTAS (GRUPO 2) ................................................................................. 87
5.3
IMPLANTES COM CÂMARAS COLETORAS EXTERNAS COM ÁPICE
CORTANTE EM 3 ARESTAS (GRUPO 3) ................................................... 89
5.4
GRUPO CONTROLE (GRUPO 4) ................................................................ 91
5.5
AVALIAÇÃO DO DESGASTE DAS BROCAS .............................................. 93
5.6
MATERIAL ENCONTRADO NA CÂMARA COLETORA FUNCIONAL
INTERNA E NOS ÁPICES CORTANTES COM 3 E 4 ARESTAS DOS
IMPLANTES COM CÂMARAS EXTERNAS ................................................. 95
6
DISCUSSÃO ................................................................................................ 97
6.1
AMOSTRA .................................................................................................... 99
6.2
METODOLOGIA ......................................................................................... 100
6.3
RESULTADOS OBTIDOS .......................................................................... 102
6.4
APLICAÇÕES CLÍNICAS ........................................................................... 104
6.5
BONE MANAGER® ..................................................................................... 104
7
CONCLUSÕES .......................................................................................... 107
REFERÊNCIAS .......................................................................................... 111
1 INTRODUÇÃO
1 Introdução
27
1 INTRODUÇÃO
O processo de reparação e regeneração é a resposta dos tecidos vivos a
qualquer injúria que cause a descontinuidade morfológica e/ou funcional desses
tecidos, e envolve uma série de eventos. A reparação aplica-se aos tecidos que
após a agressão iniciam o processo de reparo com formação de um tecido de
granulação, como por exemplo: o tecido ósseo e outros tecidos conjuntivos.
Após a descoberta de Per-Ingvar Brånemark abriu-se caminho para novos
estudos utilizando este material. Novas técnicas de reabilitação surgiram utilizando-
se das fixações de titânio, como por exemplo: próteses totais ou unitárias fixadas por
implante dentário e próteses faciais - oculares, auriculares, labiais e nasais
(ALBREKTSSON et al., 1981).
A implantologia cresceu como especialidade da odontologia devido ao
sucesso da técnica à demanda crescente da reabilitação protética. A reabilitação de
pacientes desdentados, totais ou parciais tornou-se mais uma opção de tratamento
com prognóstico altamente previsível e favorável (BRÅNEMARK; ZARB;
ALBREKTSSON, 1987; FRANCISCHONE, 2010).
Durante a confecção do alvéolo, promove-se o aumento da temperatura da
broca devido à fricção, aquecendo o tecido ósseo adjacente e seus componentes
celulares, podendo provocar a Necrose Óssea Térmica. A necrose óssea térmica
deteriora a porção orgânica do tecido ósseo (tanto matriz óssea como as células),
bem como as células diferenciadas e indiferenciadas presentes na circulação
sanguínea e medula óssea local. Além disto, pode acometer uma pequena parte
cortical ou comprometer todo alvéolo cirúrgico (ALBREKTSSON, 1985), incluindo
tecidos moles adjacentes. Alguns trabalhos demonstraram que o aquecimento ósseo
acima de 47ºC por 1 minuto provoca tal fenômeno (BONFIELD; LI, 1968;
LUNDSKOG, 1972; ERIKSSON; ALBREKTSSON, 1983).
Atualmente existem variações na técnica de perfuração com objetivo de
diminuir o grau de aquecimento e aumentar as taxas de sucesso dos tratamentos
reabilitadores. Pesquisas em busca da técnica mais adequada são direcionadas
variando: forma e diâmetro das fresas (CORDIOLI; MAJAZOUB, 1997; HARRIS;