Resgate No Mar por Diana Gabaldon - Versão HTML
Faça o download do livro em PDF, ePub, Kindle para obter uma versão completa.
Traduzido e Revisado
pelo
Grupo DianaGabaldon_Brasil
http://br.groups.yahoo.com/group/dianagabaldon_brasil/
A VIAJANTE
PRÓLOGO
Quando eu era pequena nunca queria pisar em poças. Não porque temia
molhar as meias ou pisar nos vermes afogados; era, em general, uma
criatura suja, com uma bem aventurada indiferença para qualquer tipo
de limpeza.
Era porque não acreditava que aquele espelho liso só era uma pequeno
espaço de água sobre a terra sólida. Estava persuadida de que era uma
porta para algum espaço insondável. As vezes, ao ver as pequenas ondas
provocadas por minha proximidade, pensava que a poça era profunda,
um mar sem fundo no que se ocultavam a preguiçosa espiral do tentáculo
e o brilho da escama, com a ameaça de enormes corpos e dentes agudos à
deriva, sem lentes, nas remotas profundidades.
E então, baixando os olhos ao reflexo, via minha própria cara redonda e
meu cabelo encaracolado numa extensão azul sem contornos, e pensava
que a poça era a entrada a outro céu. Se pisava cairia de imediato e
seguiria caindo, mais e mais, no espaço azul.
Só tinha um momento em que ousava caminhar através de uma poça: era
no anoitecer, quando assomavam as estrelas vespertinas. Se ao olhar na
água eu ver ali um ponto luminoso, então podia pisar sem medo, pois se
caía na poça e no espaço poderia me agarrar a essa estrela, ao passar, e
estaria segura.
Ainda agora, quando vejo uma poça em meu caminho, minha mente se
detém (ainda que meus pés não o façam) e depois segue seu caminho,
deixando atrás só o eco do pensamento: E se esta vez eu cair?
A batalha e os amores dos homens
CAPÍTULO 1
O banquete dos corvos